Sai prédio inacabado da Câmara Municipal, entra mais um Centro Administrativo da Prefeitura

Prefeito assina termo que autoriza a licitação para dar continuidade à obra, solucionando problema histórico

A obra inacabada da Câmara Municipal de Anápolis, na Praça 31 de Julho, vai se tornar um novo cartão postal da cidade. Nesta terça-feira, 21, em meio à comemoração do aniversário de 114 anos do município, o prefeito Roberto Naves assinou o termo que autoriza a licitação para dar continuidade à obra, que será um novo Centro Administrativo.
“Eu fiz o compromisso de finalizar todas as obras paradas pela gestão anterior. Entregamos viadutos e outros aparelhos públicos, seja por causa de falta de pagamentos, erros de projetos etc. Por conta da pandemia, tivemos que tomar outro rumo em 2020. Mas agora já é possível continuar as duas última obras que estavam paradas, essa da antiga Câmara e a do Estádio Jonas Duarte, que vamos retomar em breve”, ressalta o prefeito.

Mais um Centro Administrativo
Na nova proposta, serão cerca de 6 mil metros quadrados de área construída em uma área total de 9,7 mil metros quadrados. São quatro pavimentos reservados às secretarias, além de contar com sala multiuso e um auditório com capacidade para 408 lugares. Toda essa ressignificação só foi possível após estudos e apresentação dos resultados de laudo técnico realizado por uma empresa especializada sobre a estrutura e fundação do prédio administrativo da Praça 31 de Julho, que resultou na condenação do subsolo e necessidade de reforço estrutural de diversas vigas e pilares. Até então, a obra já havia consumido R$ 7 milhões dos cofres públicos.
O prefeito explica que a ideia é de que o novo local abrigue diversas secretarias que, atualmente, pagam aluguel por suas instalações. São R$ 100 mil gastos com essas despesas mensalmente. Com isso, a longo prazo, o investimento na obra se reverterá em economia. Além de virar a página de uma de um problema que se tornou histórico para a cidade, sendo palco de críticas locais e até nacionais, após ter sido embargado pela Justiça em decorrência de inúmeras irregularidades.

Estrutura
As conclusões e recomendações do estudo técnico apontam que não houve compatibilização entre projetos de arquitetura e estrutura, contendo divergências até entre a planta baixa e cortes (visão vertical) . Entre os diversos equívocos levantados durante a vistoria da edificação, alguns dos mais graves são: furos inadequados e não previstos para passagem de tubulação em vigas e divergência de pé-direito entre pavimentos – o que rendeu inúmeras imagens veiculadas na mídia demonstrando a impossibilidade de uma pessoa de altura mediana ficar completamente ereta no local.
Duas situações obrigatórias são necessárias para que a obra tenha continuidade: o reforço estrutural de vigas e pilares, além da condenação do subsolo (por conta do baixo nível e se tratar de uma área de inundação).

Entenda o caso
O antigo prédio da Câmara foi orçado em R$ 17 milhões. A obra teve início em maio de 2014 e tinha previsão de entrega para 2016 – mesmo ano em que foi totalmente paralisada. A pressão para a paralisação da obra ocorreu após relatórios de órgãos como o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (CREA-GO) e Ministério Público Estadual (MP-GO), por conta de incompatibilidade entre os projetos. Na ocasião, havia 42,6% de obra concluída e repasse de R$ 7 milhões à empresa responsável.
Além da falta de padrão entre o projeto arquitetônico e os complementares, o que acabou levando a erros na obra, faltavam alvará de construção, licença ambiental, projeto do Corpo de Bombeiros, permissão da Celg (hoje Enel), entre outros.
Agora, a obra que se tornou símbolo do descaso com o dinheiro público vai ser ressignificada com um novo cartão postal da cidade.

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