Festival de Cinema de Anápolis premia filmes brasileiros

Ao todo, foram entregues R$ 96 mil a realizadores e obras vencedoras

Foto: Ana Laura Zanni

O 9º Anápolis Festival de Cinema (AFC) chegou ao fim na noite desta segunda-feira, 13, com muitas reflexões, diversão e encanto para o público que acompanhou os cinco dias de evento. Além da premiação dos curtas vencedores das mostras competitivas – Curta Anápolis, Curta Goiás e Curta Nacional –, foram exibidos filmes da mostra nacional e apresentação do grupo Jongo Iracema, que levou ao palco a alegria da dança afro-brasileira.

“O Festival investe no audiovisual como forma de aproximar o que há de melhor no cinema nacional com a iniciativa dos realizadores locais”, afirma a secretária municipal de Integração Social, Esporte e Cultura, Andrea Lins. O diálogo com os realizadores também tomou as plataformas de transmissão com diretores falando sobre seus filmes de outros estados brasileiros e até de outro país. Para as crianças, a mostra infantil percorreu diferentes setores da cidade, levando o audiovisual para espaços alternativos.

Cada um dos 15 curtas selecionados recebeu R$ 2 mil por participação, além de R$ 2 mil como premiação para os vencedores nas seis categorias técnicas (melhor filme, roteiro, atuação, direção, fotografia e montagem) de cada mostra competitiva (Curta Anápolis, Curta Goiás e Curta Brasil). Ao todo, foram entregues R$ 96 mil a realizadores e obras premiadas.

“Minha história com o cinema é também a deste Festival, onde reuni a minha equipe e avancei nas produções”, conta Matheus Leandro, diretor do filme “O Conto dos Lobos”, contemplado em quatro categorias técnicas, incluindo melhor filme da Curta Goiás. Ele é anapolino e formado em Audiovisual pela Universidade Estadual de Goiás (UEG).

Além disso, foi anunciado o vencedor do Prêmio Incentivar, mecanismo de fomento ao audiovisual anapolino e uma categoria à parte, que contempla projetos de diretores locais com o valor de R$ 30 mil para realização de um curta-metragem para a próxima edição do Festival. “A experiência pessoal ao ingressar no serviço militar obrigatório e tudo o que implicou naquele momento em minha vida, proponho através deste projeto”, descreve o realizador Erik Ely, contemplado pelo projeto “Eu não nasci para isto”. Os resultados estão ao final da matéria.

“Sempre houve um apagamento quanto aos nossos saberes ancestrais. Estamos aqui produzindo audiovisual contando a nossa história e descolonizando pensamentos”, aponta o realizador Pedro Olaia, que junto a San Marcelo, dirigiu o filme “Benzedeiras”, que recebeu o prêmio de melhor filme do Curta Brasil. A obra conta a história de Manuel Amorim, identificado como Maria do Bairro, que vive em uma comunidade na ilha de Tamateteua, no município de Bragança, no estado do Pará. “Através de Maria do Bairro levamos uma reflexão sobre gênero, conflitos humanos e relação com a natureza, apresentando uma forma de religiosidade amazônica”, conta San Marcelo.

Os filmes foram exibidos online e também no Instituto Federal de Goiás – Campus Anápolis, em cinco escolas e um espaço comunitário, o que possibilitou que diversos pontos da cidade recebessem uma das mostras do Festival.

No último domingo, 12, foram realizadas conversas com todos os realizadores dos filmes selecionados em diferentes estados brasileiros e uma participação de Havana (Cuba), de Rayane Teles, diretora do curta “O Ovo” (Curta Brasil). “Desta forma, ligamos públicos, seja no território anapolino, como na plataforma virtual, que ultrapassa as fronteiras. A forma híbrida do Festival alcança mais pessoas e mais longe”, destaca a diretora de Cultura, Nabyla Carneiro.

Esta é uma realização da Art Vídeo e Prefeitura de Anápolis, com recursos da Lei Aldir Blanc da Secretaria de Estado da Cultura, por meio do edital de Festivais e Eventos de Arte da Lei Aldir Blanc pelo Governo de Goiás.

Premiação:

Curta Brasil
Melhor montagem: Augusto Borges, Nathalya Brum e Douglas Queiroz – “Plutão Não é Tão Longe Daqui”
Melhor fotografia- Curta Brasil: Rebeca Francoff – “Madrugada”
Melhor roteiro – Curta Brasil: Rayane Teles – “O Ovo”
Melhor atuação – Curta Brasil: Valdineia Soriano – “O Ovo”
Melhor diretor – Curta Brasil: Felipe Lesbick – “Noite Macabra”
Melhor Filme – Curta Brasil: “Benzedeira”, de San Marcelo e Pedro Oaila.

Curta Goiás
Melhor montagem – Curta Goiás: AD Ferreira – “Eldorado”
Melhor fotografia- Curta Goiás: Edinardo Lucas – “Eldorado”
Melhor roteiro – Curta Goiás: Matheus Amorim – “Conto dos Lobos”
Melhor atuação – Curta Goiás: João Batista – “Conto dos Lobos”
Melhor diretor – Curta Goiás: Matheus Amorim – “Conto dos Lobos”
Menção Honrosa – Curta Goiás: “Depois de Cora”, de Lak Shamra
Melhor Filme – Curta Goiás: “Conto dos Lobos”, de Matheus Amorim

Curta Anápolis
Melhor montagem – Curta Anápolis: Bruna Chamelet e Erik Ely – Tela Preta
Melhor fotografia – Curta Anápolis: Alba Caldas – “Becky”
Melhor roteiro – Curta Anápolis: Daniel Sena – “Vírus”
Melhor atuação – Curta Anápolis: Wilker Postigo – “Quando os Dias Ficam Amarelos”
Melhor direção – Curta Anápolis: Jackeline Weston – “Quando os Dias Ficam Amarelos”
Melhor Filme – Curta Anápolis: “Vírus” de Lucas Montes

Prêmio Incentivar
Projeto Eu Não Nasci Para Isso, de Erik Ely

www.anapolisfestivaldecinema.com.br

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