Profissionais da Prefeitura iniciam manejo de peixes exóticos em parques de Anápolis

Ações já acontecem nos lagos dos Parques Ipiranga e JK com o intuito de controle e preservação, e só podem ser realizadas por equipe especializada

Foto: Paulo Morais

A equipe da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Habitação e Planejamento Urbano realizou uma ação nesta quarta-feira, 1º, no lago do Parque Municipal Ipiranga, para manejo de peixes exóticos considerados invasores em nosso bioma. A iniciativa visa a retirada de espécies que podem causar prejuízos à biodiversidade nativa. Os peixes estão sendo retirados pela equipe especializada em pesca esportiva da Caiaque Goiás, com vara e anzol. Posteriormente, serão destinados ao consumo de animais silvestres em reabilitação, resgatados pela equipe da Secretaria.

“Um dos maiores prejuízos que observamos nos parques aqui da cidade foi o acúmulo de nutrientes, causado em sua maioria por uma espécie específica, a tilápia. Isso estimula o surgimento de algas, diminui a oxigenação e pureza da água, causando odor desagradável e mortalidade da ictiofauna nativa (o conjunto de peixes de uma região ou ambiente)”, esclarece a médica veterinária e coordenadora do Núcleo de Fauna, Elisangela Borovoski. Outros impactos da introdução de espécies exóticas invasoras são o efeito predatório, a modificação na composição e na estrutura da comunidade, competição por recursos, processos de hibridização, aparecimento de patógenos e parasitas, dentre outros.

Durante os estudos dos ambientes aquáticos em Anápolis foram identificados as seguintes espécies nativas do bioma Cerrado: lambari, piau, pintado e traíra. Dentre as espécies invasoras, três são mais frequentes: pacu, tilápia e tucunaré. O pacu é originário da Bacia dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai. O termo “tucunaré” se refere a 15 variedades de peixes nativos das bacias Amazônica, do Orinoco e do Tocantins-Araguaia. Já a tilápia, tem origens na África e no Oriente Médio. Não se sabe ao certo como essas espécies chegaram aos lagos do município, mas isso ocorre devido à intervenção humana, de forma intencional ou não, ou através de fenômenos naturais.

A Secretaria reforça ainda que a pesca predatória é expressamente proibida nos lagos dos parques municipais. Esta ação tem um intuito de controle e preservação, e só pode ser realizada por equipe especializada com a devida autorização.

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