Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, a Quarta Cultural desta semana traz uma programação especial no Teatro Municipal de Anápolis. O evento acontece nesta quarta-feira (23), a partir das 19h, e é realizado pela Prefeitura de Anápolis, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo, em parceria com o COMPIR – Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial.
A noite será marcada por apresentações de dança, teatro, música, poesia, exposição fotográfica e feira cultural com praça gastronômica na área externa. O evento é gratuito, com entrada sujeita à lotação do espaço.
Entre as atrações confirmadas estão: Banda Kalangorin, Sambadeiras do Cerrado, Companhia Anapolina de Teatro (CAT), Cia Corá (danças circulares), cantora e professora Loide Oliveira (projeto Trilhas de Resistência), poetisa Dida Poeta, grupo Afoxé Onã L’ayó, e a exposição fotográfica “Brasil & Angola”. A programação tem como inspiração o legado de Tereza de Benguela, líder quilombola homenageada nesta data.
COMPIR – Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial
Com quatro anos de atuação, o COMPIR é um órgão consultivo, deliberativo e propositivo que atua na formulação e no acompanhamento de políticas públicas de promoção da igualdade racial. A parceria com a Secretaria de Cultura tem sido fundamental para valorizar culturas afro-brasileira, indígena e de outras etnias, apoiar o cumprimento das Leis 10.639/03 e 11.645/08, e fomentar projetos voltados à diversidade étnico-racial no município.
Trilhas de Resistência – Loide Oliveira
O projeto da professora e cantora Loide Oliveira promove reflexões sobre identidade, pertencimento e protagonismo negro. A proposta utiliza a arte e a educação como instrumentos de combate ao racismo estrutural, conforme diretrizes da Lei 10.639/03. A apresentação valoriza a construção coletiva de uma cidade mais justa e plural.
Cia Corá – Danças Circulares
Com o espetáculo “A Dança dos Ciclos”, a Cia Corá propõe uma vivência sensível por meio da dança. A performance celebra os ciclos da vida ( nascimento, crescimento, morte e renascimento) em movimentos inspirados pela escuta, memória e experiência compartilhada.
Sambadeiras do Cerrado
Criado em 2022 em Anápolis, o grupo leva às ruas o samba de roda das comunidades tradicionais de matriz africana. Além de preservar a cultura popular negra, a iniciativa luta contra o racismo e promove o protagonismo feminino. A presença da mulher como idealizadora e símbolo do grupo reforça a diversidade e o empoderamento.
Dida Poeta
Izildinha Porto, a Dida Poeta, é pedagoga, escritora e membro de academias literárias locais. Com atuação destacada na literatura e na cultura afro-brasileira, ela dá voz à história e à sensibilidade feminina por meio de sua poesia engajada e representativa.
Companhia Anapolina de Teatro – “Não Estou Sozinha”
Fundada em 2001, a CAT apresenta a performance “Não Estou Sozinha”, um espetáculo silencioso, mas profundamente simbólico. A montagem expressa, por meio de signos e imagens, a resiliência das mulheres negras. A companhia é composta por artistas bolsistas do programa Bolsa Cultura.
Afoxé Onã L’ayó
Recém-formado em 2024 a partir da Casa de Chico Preto, o grupo Afoxé Onã L’ayó leva para fora dos terreiros a arte de matriz africana, com seus cantos, danças, roupas e instrumentos. A proposta mistura tradição, resistência e alegria como forma de manter viva a ancestralidade.
Banda Kalangorin
Com influências da música brasileira, latina e afro-diaspórica, a Kalangorin traz composições autorais e releituras inovadoras. Fundada em julho de 2024, foi uma das vencedoras do 11º Festival de Música de Anápolis. Mistura ritmos como samba, ijexá, cúmbia e funk em uma fusão moderna e identitária.
Exposição Fotográfica “Brasil & Angola”
Com curadoria da professora Cinara Itagiba e do historiador Jairo Alves Leite, a exposição “Brasil & Angola – Estreitando Laços” exibe imagens feitas por alunos do curso de Gestão de Estúdio Fotográfico da Faculdade Católica. As fotos revelam o intercâmbio cultural vivido por jovens angolanos em Anápolis.
Tereza de Benguela – Homenagem
Símbolo da resistência negra no Brasil colonial, Tereza de Benguela liderou o Quilombo do Quariterê no século XVIII. Comandou uma estrutura política, econômica e militar por mais de 20 anos, abrigando negros e indígenas. Sua trajetória de luta é lembrada em 25 de julho, data instituída como Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, por meio da Lei nº 12.987/2014.